Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sábado, 15 de agosto de 2009

E se Portugal não tivesse sido alvo do golpe de Estado revolucionário de 1910 e tivesse mantido a sua lógica histórico-constitucional ?

Aquando do assassinato do Rei D. Carlos poder-se-ia qualificar Portugal, com razoável clareza, como sendo um país mediano na Europa, isto recorrendo a uma forma de expressão usual e generalizada. Para efeito desta qualificação, não fora, contudo, descurada uma conjugação objectiva de diversos aspectos. Naquela altura, relembre-se, ainda contavam, individualmente, diversos países que, posteriormente, integraram a U.R.S.S. . Presentemente, o nosso Portugal, nos mesmos aspectos, situa-se na sua cauda.

Admitindo, por hipótese, e de uma perspectiva meramente ensaística, que, no decurso da História Portuguesa, não ocorria, em 1908, o assassinato do Rei D. Carlos e que também não seria facto o que sucedeu em 1910 (igualmente pelas armas), i.e., a instauração de uma I República que, objectiva e comprovadamente, revelou-se desastrosa e desregulada para Portugal, fazendo cair o modelo democrático de Estado Monárquico. Assim, neste contexto, hoje, potencialmente, havia a sólida possibilidade de não ter existido uma I República, subsequentemente um Estado Novo e consequente um 25 de Abril. Portugal perdeu demasiado tempo neste encadeamento.

Não seria ilógico Portugal ter seguido, neste outro cenário, um formato similar ao Império Britânico para o ex-ultramar, dada a sua então tradicional proximidade ao modelo político daquela nação (situacionismo hoje alterado e orientado para o modelo jacobino francês), criando-se uma variante de Commonwealth portuguesa. Aos povos irmãos de África teria sido dada a liberdade sem ter passado pela força. Podiam ter sido retirados habilmente, para ambas partes, benefícios económicos, permitindo situar todas estas nações num patamar bem mais sustentável quer face à Europa, no caso português, quer face à comunidade africana, nos casos das ex-colónias.

Alterando-se, o regime de Estado, sendo restaurada a Monarquia, por via referendária que possibilitasse a continentais, açorianos e madeirenses, em democracia e liberdade, expressar esse mesmo novo caminho, hoje, num Portugal que se quer Comunitário, mas que terá de sacrificar, face à estratégia europeia, parte da sua autonomia de Estado, resta-nos apenas uma vincada representatividade e uma veemente afirmação da nossa cultura. Demonstra a História e um vasto conjunto de países evoluídos da vizinha Europa que esta missão é mais adequada ao Rei que, até pela possibilidade de ter maior tempo na chefia de Estado, facilita que, no extremo do mundo, alguém nos volte a conhecer.
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1 comentário:

«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)