Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Artur Santos Silva e os interesses de família...

Artur Santos Silva (ASS), presidente da Comissão para as Comemorações do Centenário da República, bisneto, neto e filho de republicanos e, ainda, Presidente (não-executivo) do BPI, afirmou ontem isto:


Comentário – Senhor ASS, quando se refere aos interesses de uma família, julgo referir-se Àquela que pôs a vida (literalmente) ao serviço de Portugal. Quando se refere à Dita família, deve referir-se Àquela que durante 8 séculos manteve Portugal, factual, comparativa e objectivamente melhor que no pós 5/10/1910?!

Quando se refere à Monarquia, não se deve estar a referir a países como a Noruega, o Canadá, a Austrália, os Países Baixos, a Suécia, o Japão, a Dinamarca, a Inglaterra, a Espanha (…são precisos mais ?), que por sinal estão nos lugares cimeiros dos países mais desenvolvidos em Índice de Desenvolvimento Humano (dados anuais das Nações Unidas) e que, por coincidência, estão todos circunscritos aos “interesses de uma família”, mas que para azar deles…são menos “evoluídos” que o nosso Portugal republicano.

E os interesses dos portugueses…? Quais interesses ?! Os interesses de quando iam às urnas, na democracia constitucional em Monarquia, e votavam maioritariamente nos partidos assentes nela (93% contra 7% do partido republicano) contribuindo para um sistema estável ?! Estabilidade essa que, por incapacidade democrática sufragada, levou um grupo (restrito) de assassinos, rebeldes e revolucionários, nos interesses da maçonaria (e do ‘seu’ Positivismo), e contra os interesses maioritários dos cidadãos (ainda hoje não referendáveis), a imporem-nos uma república ? São esses os interesses senhor ASS…?!

Sabe, embora açoriano, não tenho orgulho em Teófilo Braga, tenho mesmo vergonha por um aspecto simples: que o seu nome seja indissociável da implantação da república. Açorianos de relevo (e «exemplos» para os meus filhos) foram um Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro, a quem se devem importantes reformas, algumas das quais ainda perduram, tais como as autonomias insulares (1895) ou um Gil Mont'Alverne de Sequeira, um dos mais influentes paladinos do “Primeiro Movimento Autonómico dos Açores”, do qual resultou a primeira Autonomia dos Açores. Para eles o Azul e Branco era sinónimo de Portugal e de Autonomia Insular (daí a bandeira dos Açores, e bem, se manter fiel à real bandeira portuguesa).

Previamente ao período de 1910 a 1974, a nossa Monarquia havia trazido mais progresso que a (sempre) impreparada república e o seu centralismo. Sabia que ainda hoje não há um Tribunal da Relação nos Açores, mas no reinado de D. Miguel I (…imagine-se) houve e que o mesmo acabou com a entrada da I república?! Sabia disso?!

Mas Autonomia dos arquipélagos foi apenas um exemplo. Quem diz este, diz muitos outros: primeiro País a abolir a pena de morte (D. Maria II – D. Luís I); oposição à escravidão; uma maior amplitude do direito de voto (reduzida na I república), etc. Estes eram estruturados e valorados progressos civilizacionais, exemplos reconhecidos no estrangeiro (foram os republicanos franceses que, em manchete, disseram sobre D. Carlos no dia 02/02/1908: «Morreu o Rei mais culto da Europa») e não os “assassinatos às 10 semanas”, ou os “casamentos gays”, etc, que são bandeiras na nossa república, mas que na realidade são questões menores e areia atirada para os olhos dos portugueses para esconder os verdadeiros problemas da Nação (economia, emprego, etc). Mas sabe qual é o maior problema de todos eles? É que nós “compramos” toda essa "música", o que nos torna co-responsáveis pelo afundar de Portugal…

A título de conclusão, se calhar os tais interesses, da Tal família, afinal eram dedicar-se aos portugueses, como outras “famílias” por cá hoje não fazem…

Fonte - ionline
Foto - Pedro Granadeiro
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