Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sexta-feira, 12 de março de 2010

Do cume da montanha...

A meu ver o exemplo de transparência tem de emanar do cume da montanha da representatividade do País. E nesse cume deve estar o Rei como magistrado absolutamente neutro, blindado e alheio a interesses impróprios. Isso é assegurado precisamente porque não é eleito. Vejo isto como uma vantagem e não como uma desvantagem. Além disso, o problema nesta matéria é mais complexo e importa um conhecimento aprofundado do encadeamento histórico que resultou na nossa actual república. Daí que, ainda hoje, muitos não sabem o que andam a comemorar quanto a estes 100 anos da sua implantação, que de bom nada trouxe.

Gostaria também de trazer à colação o recente trabalho (bem) desenvolvido por Luís Bonifácio, divulgado no blogue Centenário da República. Quanto a este, tenho verificado alguns comentários na blogosfera que questionam se um regime monárquico «viveria» com o valor concluído. Quanto a isso gostaria de dizer que a Monarquia viveria, sobreviveria e, quiçá, não fosse sequer preciso os € 10.528.177,09. Talvez (quase de certeza) não fosse preciso tanto, mesmo porque em Espanha o valor é menor que aquele que vem para a “Casa Civil” do nosso Portugal republicano. Há muito que os Bragança tiveram de se habituar a viver comedidamente, derivado de terem sido roubados (pois implicou violência) pela república.

Cabe recordar aos formuladores de semelhantes comentários que os Bragança foram “nacionalizados”, por exemplo, correlação aos seus bens imóveis pessoais. Os Bragança já tinham posses antes sequer de serem Casa reinante em Portugal. Eu, por exemplo, não gostava que fossem aos meus bens próprios! E aos dos senhores “formuladores” ? Gostavam que um grupo de energúmenos ilegitimamente lhe retirassem todos os bens imóveis e até hoje não os vissem restituídos ?

Nesses comentários também foram apontadas “propriedades” menos qualitativas, maliciosa e subtilmente apontadas à Monarquia. Cabe clarificar que as mesmas abundam e são típicas de hoje, sendo que não estamos em Monarquia. Em Monarquia estão: uma Noruega, uma Austrália, um Canadá, uma Suécia, uma Holanda, uma Inglaterra, uma Bélgica, etc… Por isso, e concluindo, progresso implica, fundamentalmente, três aspectos: Idoneidade, transparência e, consequentemente, credibilidade. Estas são “propriedades” que infelizmente o nosso sistema constitucional, após 1910, não tem sido próspero… É do cume da montanha que começa o exemplo…!
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

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«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

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«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)