Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Findo o Movimento "Cidadania pela Monarquia: Melhor Democracia!" - Conclusões


Caríssimos amigos monárquicos apoiantes,

Terminou a 1.ª fase do programa do Governo designado "O Meu Movimento". O movimento de cidadania, não institucional e apartidário, “Cidadania pela Monarquia: Melhor Democracia!” ficou posicionado na 23.ª posição, num total de 324 movimentos oficializados, tendo reunido 115 apoios.

Assim, esta proposta de cidadania não alcançou o seu objectivo de ficar no 7.º lugar na 1.ª fase. Assumo, por inteiro, este facto dirigindo desculpas àqueles que também acreditaram nela. Posso apenas afiançar que depositei todo o tempo que podia e actuei da melhor maneira que sabia.

Contudo, não seria verdadeiro se não afirmasse que, apesar do resultado menos positivo, também sinto hoje um forte sentido de vitória por duas razões:
1.ª) Pelo apoio de todos aqueles, que formando mais de uma centena, acreditaram determinadamente e, acima de tudo, entenderam o espírito desta acção;
2.ª) Por ter conseguido congregar monárquicos que pensam de forma diametralmente oposta no seio da própria causa pela Monarquia.

Posto o intróito, queria passar ao mais importante, i.e., aos agradecimentos.
Nestes termos, e não querendo ser exaustivo, embora sabendo quem foram e nunca esquecendo todos aqueles com quem pude contar, optaria por agradecer representativa e destacadamente ao Senhor Dom Miguel de Paiva Couceiro, ao Lopo Maria de Albuquerque, ao Guilherme Koehler, ao Fábio Reis Fernandes, ao Professor Doutor Mendo Henriques, ao David Garcia, ao Filipe Cardeal, ao Artur de Oliveira, ao Luís Filipe Afonso, à Cristina Ribeiro, ao Manuel Beninger, ao José Tomaz Mello Breyner e, também, à Maria Augusta Meneses. Não tenho dimensão nas minhas palavras para poder traduzir a honra, a alegria e, em particular, o agradecimento pelo V. pronto apoio, ajuda e divulgação. 

Gostaria também, e uma vez mais, de forma especial, dirigir os agradecimentos sinceros e reconhecidos na pessoa do Presidente da Causa Real, Senhor Dr. Luis Lavradio, pessoa que, conhecedora do nosso glorioso passado, defende com vista de futuro a forma exacta para reparar Portugal por intermédio de uma (da nossa) Monarquia Constitucional, tendo este percebido a dimensão e a importância genuína deste movimento singular, apesar da singeleza e expressão do mesmo.
Assim, registo igualmente com honra o seu imediato apreço e sensibilidade para esta iniciativa de cidadania pela nossa Democracia e pela nossa Monarquia, endereçando um reconhecido bem-haja à Causa Real, embora apenas na pessoa do seu Presidente de quem senti um autêntico apoio o qual foi, por demais, contrastante com a ausência do mesmo sentido por alguns outros membros dos seus órgãos.

Imediatamente em seguida, mas não menos importante, gostaria de agradecer ao Senhor Manuel Augusto Araújo, ao António Lemos Soares, à Teresa Antas e Barros e à Maria-João Berquó Cavaco, pois, embora me conhecendo pessoalmente, imediatamente me apoiaram sem restrições e mantiveram a sua inestimável confiança que é um tesouro que guardo com carinho especial. Sempre certos nas horas incertas. Admirarei eternamente a V. determinação e exemplo de vida.

Mas, ‘last but not least’, um agradecimento maior a todos aqueles que nem sequer me conhecendo (ou que aqui não mencionei), apoiaram e divulgaram inequivocamente este movimento de cidadania pela Monarquia. Um bem-haja sentido a todos. São estes aqueles que mais me disseram.

Foi-me inevitável, quanto aos primeiro, segundo e quarto grupos de agradecimentos, não recordar aquela passagem que refere: “Felizes os que acreditam sem terem visto”.
Devo afirmar, com as obrigatórias e necessárias ressalvas, que fiquei duplamente feliz nesta acção. Feliz por ainda ter esta graça na Fé e feliz por ter tido o manifesto e o testemunho da preciosa confiança daqueles que referi.

Entre 7 de Setembro e 31 de Outubro de 2012 percebi muito acerca da causa daqueles que pretendem o regresso da Monarquia. Sendo mais objectivo: comprovei! Por um lado, não nego a mágoa de não ter contado com o apoio de alguns que julguei que seriam ágeis apoiantes deste movimento. Mas não foram. À parte dos blogues ‘A Incúria da Loja’, ‘Família Real Portuguesa’, ‘Real Portugal’ e o da ‘Real Associação da Beira Litoral’ não vi qualquer apoio ao movimento divulgado em nenhum dos ditos blogues “mais visualizados”* e que supostamente defendem o regresso da Monarquia…nem um simples link. Também no facebook, tirando aqueles que me apoiaram, nada vi. Continuei sim a ver a divulgação de retratos antigos dos nossos Reis, continuei a ver uns posts de beberetes, aqui e acolá, de pessoas ligadas à Monarquia, uns artigos digitalizados de revistas cor-de-rosa com membros da Família Real, umas frases de SS.AA.RR. de há dez anos atrás, mais umas bandeiradas azuis e brancas aqui e acolá, uns artigos profundos sobre a Monarquia, mas tão profundos que o comum dos mortais não lê, não percebe e não dá troco e mais umas “girandólas”. Pouco mais vi do que aquilo. À parte daquela centena, não senti ninguém dos restantes mais (diga-se a maioria) disposto a ir ao cerne activo do poder, ninguém determinado a peitar as hostes republicanas instaladas e a mostrar o que vale a Monarquia Constitucional.

O nosso País está moribundo e os ”monárquicos” não se unem, nem sequer numa singela e simples acção destas. Um País com a nossa história mas com o seu futuro ameaçado e, nem numa oportunidade destas, os monárquicos não marcam vincada posição!? Um assunto que podia ser potenciado num contexto interessante…! Mas não foi esse o entendimento e a decisão… Mais do mesmo, como na II república de instalados. Até chega a ser caricato que o movimento que potencialmente irá ganhar é precisamente contra as toiradas, esse tema, já primitivo, tão caro a alguns monárquicos, quiçá, a maioria…mas no qual não me incluo. 

Custou-me muito ver tantos ditos monárquicos, em enumeros grupos monárquicos no facebook (e não só), e constatar a dificuldade deles em gesticular os dedos das duas mãos e escreverem no teclado o nome e apoiarem esta iniciativa, sendo que, curiosamente, para efectivarem esse apoio nem precisavam de colocar os seus nomes reais e e-mails base… bastaria um simples registo com o facebook ou com o 5.º endereço de e-mail que já não é usado há 11 meses e 21 dias. Um simples registo com a conta do facebook num minuto, dois ou três cliques …uma enorme trabalheira lá no sofá de casa com o tablet. Enfim…a realidade monárquica que temos. Portugal, esse, continua republicano e a afundar-se.

Nestes dias muito me lembrei de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro…

Há uns anos atrás uma pessoa, mais conhecedora dos meandros monárquicos do prisma institucional, manifestou-me o seu entendimento de que, eventualmente, S.A.R. no fundo não quisesse ser Rei. Enfim, é um entendimento… Para mim S.A.R. devia ser Rei, hoje de preferência! O homem perfeito, pela sua simplicidade, amor a este País e seu povo, para retomar a reinante Dinastia de Bragança. 
Contudo, e até admitindo que aquela ausência de vontade seja verdadeira, e S.A.R. estaria nesse direito (pois ser Rei não é um prazer é um fardo bastante duro, pois ser Rei não é um estatuto é sim uma brutal responsabilidade), recordo, acerca deste mesmíssimo propósito, que D. João, futuro D. João IV, também não queria ser enquanto 8.º Duque de Bragança. 
Posto isto, que me permitam a alegoria em tom de facécia:
Narrador - Quiçá não terá dito D. João, 8.º Duque de Bragança, aos Conjurados…
D. João, 8.º Duque de Bragança - «Epá, vocês que me larguem da mão! Sempre atrás de mim a aborrecer-me!»
Narrador – D. João chega a casa e…
D. Luísa de Gusmão - «João, presta lá mais atenção ao que eles te dizem (referindo-se aos Conjurados). Estou farta de ser Duquesa. Digo-te João: “Antes Rainha por um dia, que duquesa por toda a vida.”»
Narrador - Dias e mais dias com a mulher a insistir na conversa, D. João, 8.º Duque de Bragança decide-se.
D. João, 8.º Duque de Bragança - «Escutem-me bem vocês (dirigindo-se aos Conjurados), eu vou fazer o que vocês querem pois já não vos posso ouvir e muito menos a minha mulher.»

Posto o conto, a realidade é que o Rei deve estar disponível para servir o seu País, embora sem se colocar em bicos de pés para o fazer. Cabe a nós monárquicos sermos os convictos agentes dessa sedimentada tomada de posição em relação àquele por quem temos estima e necessidade que seja o nosso representante, o nosso Rei. Mas o inverso, ou seja a inércia monárquica, é o que mais constato infeliz e generalizadamente.

Daí que o papel fulcral hoje resida nos apoios espontâneos, nos movimentos e nos “Conjurados” dos nossos dias que exigem um Portugal melhor, que querem S.A.R. D. Duarte Pio coroado Duarte III de Portugal e dos Algarves. Resta é saber quem são os nossos maiores obstáculos… Parece-me que não serão os cidadãos que se acham republicanos (a maioria), pois esses pouco sabem de História, de Direito comparado, de como chegamos a este ponto e de como foi implementada a república…limitam-se a fazer e a defender o que a propaganda (sobretudo nas escolas) do regime lhe vêm massificando há 102 anos. Esses estão simplesmente desinformados. Esses julgam que votando no suposto representante (político) de todos que estão a fazer grande coisa, que estão certos e, mais grave, que são mais democratas por isso…

Perante a recente experiência recolhida, sou, finalmente, levado a concordar com aquilo que o meu eterno amigo António já há muitos anos me havia dito: «A maior dificuldade para repor a Monarquia está no seio dos próprios monárquicos.» Uma grande verdade…ele, eu (agora) e a História o dizem!

Mas, neste seguimento, prefiro ser sempre um “aborrecimento” perante o regime republicano imposto como foram os Conjurados pela perda de independência; Quero tentar ser sempre uma imagem, mesmo que muito pálida, de um Alexandre Kolchak; Quero ser sempre uma amostra viva da persistência de Henrique Paiva Couceiro que, acima de tudo, acreditava na Monarquia do prisma-base institucional.

Antes de terminar, e perante os esforços efectuados para angariar apoios para o movimento “Cidadania pela Monarquia: Melhor Democracia!”, os quais tivessem sido correspondidos seriam mais que suficientes (num universo superior a 8.000 monárquicos no facebook eram necessários apenas 800 apoios), importa frisar que outro no meu lugar, neste ponto, quiçá, diria algo do género: “Deixei de acreditar na Causa Real e em S.A.R. o Senhor Duque de Bragança para Rei de Portugal!” Tenho muitos defeitos, mas esse, graças a Deus, não consta do rol. Não o digo! 
Prefiro antes dizer que acredito na pessoa do seu Presidente e, sobretudo, acredito na bondade e integridade (características que para mim sintetizam o essencial) de S.A.R. o Senhor Duque de Bragança para ser Rei deste anterior Reino. Prefiro antes dizer que entendo haver muito trabalho a fazer pela Causa Real. Muito a pensar por ela. Deve ela, efectivamente, perceber a destrinça entre aquilo que é proactivo, daquilo que é regressivo na pretensão de repor uma Monarquia Constitucional em Portugal. Reflectir sobre quem são os (seus) melhores agentes… Tenho simpatia pelo anterior e pelo actual Presidente (pois dos outros desconheço a obra), mas há claramente na actual presidência, salvo melhor opinião, uma missão e uma visão estratégicas bastantes definidas e pró activas e que aqui quero salutar. Contudo, nesta fase e por ora, digo frontalmente que o Sr. Presidente da Causa Real tem a minha mais absoluta consideração e confiança mas que, por outro lado, vislumbro hoje as instituições defensoras da Monarquia (pós implantação da república) com alguma apreensão, isso porquanto algumas ainda estão muito arreigadas a alguns estigmas do passado. Considero-me um conservador, sou católico (inerente e logicamente praticante) mas, infelizmente, vislumbro aspectos generalizados por todo o tecido monárquico que ainda são pura idade média…para não lhe chamar do ferro.

Assim, e a partir de hoje, passarei a dirigir mais a minha atenção para os meus e para outros rumos “institucionais” mais profícuos para minha vida pessoal. Andarei por aí …aqui e actuarei no novo espaço do facebook “A Lei Mental”, ambos na senda do assunto Monarquia. Continuo a acreditar, sobretudo, na cidadania para recuperar a nossa Monarquia Constitucional ou por uma inserção dedicada e consciente do monárquico nos patamares politico-ideológicos hodiernos, indo desde do PC ao CDS, aliás, como sempre foi na história do constitucionalismo português. 

Sem povo unido connosco não haverá independência, não haverá Portugal e não haverá Monarquia.

Termino como comecei agradecendo, respeitosa e atenciosamente, a todos aqueles que apoiaram o movimento “Cidadania pela Monarquia: Melhor Democracia!”, dizendo: Bem hajam pelo V. gratificante apoio.

Viva Portugal! Viva a Monarquia! Viva o Rei!
Pedro.

* Ressalva: Ficam aqui, e desde já, as minhas desculpas, se algum blogue, twitter, sítio ou mural do facebook tenham feito divulgação e não tenha tido conhecimento.
Share |

2 comentários:

  1. Olá caro amigo!

    Era só para lhe dar conhecimento que a Real Associação do Médio Tejo também divulgou:

    http://nucleomonarquicoabrantes.blogspot.pt/2012/10/causa-real-apoia-o-movimento-cidadania.html

    Mais uma vez lhe dou os parabéns pelo excelente blog e pelos artigos que escreve.

    Um real abraço

    Pela RMT
    Mónica Franco

    ResponderEliminar
  2. Cara Mónica,

    Agradeço-lhe a precisa nota, a qual ajusto à minha ressalva.
    Agradeço igualmente o V. apoio ao movimento.

    Com a mais elevada consideração,

    PPA.

    ResponderEliminar

«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)