Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Elite vs elitismo

As declarações proferidas por Cristina Espírito Santo, ao Expresso, sobre um determinado estrato social carenciado, antes de mais, são desprestigiantes para a própria. A sua retratação não elimina a pureza cruel do seu impulso, sublinhe-se.

Todavia, o mais desconcertante é o total desarreigamento da realidade, uma profunda ausência de consciência social. Desclassificado, até mesmo, para as verdadeiras elites deste País. Até por motivação histórica, deviam ser essas próprias elites, antes de quaisquer outros, a repudiar tal acto.

Mais grave do que “brincar aos pobrezinhos”, é ver-se o reflexo de tais declarações. Qual espelho padrasto... Afirmações que enfermam o nível das nossas elites. O General Ramalho Eanes falou um dia de “fracas elites”.

Tal conduta “riquista” (seja ela nova ou velha) é desconcertante perante o exemplo dos humanistas ininterruptos em Portugal, elites verdadeiras que sempre fizeram do próximo a sua chancela maior. Arreigados neste Povo, conhecedores transversais. Nascem bem mas, desde sempre, de olhos fixados na real importância daqueles que passam necessidades…seus irmãos em dignidade. Exemplos como a real infanta D. Adelaide de Bragança, são apenas um entre alguns que nos descansam enquanto portugueses e que nos fazem pensar que nem tudo está mal, seja de cima a baixo e vice-versa.

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Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

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