Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sexta-feira, 24 de junho de 2016

O Povo na I.ª República

«Anda o Povo a passar fome
E quem o mandou para a França
Não tem barriga para o que come
Nem mãos para o que alcança.

Os ladrões já não andam na estrada,
Moram na pele dos ministros.

Não é português quem come
À custa do português pobre.

Nasceram aqui porque tinham
Que nascer em qualquer parte.

Ninguém odiava o alemão.
Mais se odiava o francês.
Deram-nos uma espada para a mão
E uma grilheta para os pés.

Podiam vender negócios
Sem vender a nossa pele.

É inglesa a constituição,
E a república é francesa.
É de estrangeiros a Nação,
Só a desgraça é (que é) portuguesa.

Venderam Portugal
Para ter dinheiro em notas.
Meteram-nos na guerra a mal
Só para termos derrotas.

Não nos davam de comer,
Nós é que éramos a comida,
Para eles poderem viver
Que lhes estorvava a nossa vida?

Metade foi para a guerra,
Metade morreu de fome,
Quem morre, cobre-o de terra.
Quem se afoga, o mar o some.

– Fernando Pessoa»

Fonte - Aqui.

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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

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«Pergunta: Queres ser rei?

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Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)