Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sábado, 6 de agosto de 2016

Sobre uma Grande Mulher

Desconheço alguma mulher que, dadas as especiais responsabilidades de que estava incumbida, tenha sofrido tanto como a Rainha de Portugal, D. Amélia, sofreu.

Todavia, fez do dever o primado sobre o seu próprio sofrimento, “além das forças humanas”, como corretamente qualificou ao Bispo-Conde de Coimbra, terminando a sua vida, e apesar de todas e das mais diversas agressões passadas, mantendo sempre sua mais nobre e mais genuína faceta revelando: “Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal.”

A nobreza de Amélia era evidente e fortemente emanada dos seus sentimentos e do seu caráter e não somente do facto de ter sido Princesa e Rainha. Amélia de Portugal não era uma mulher de ficar apenas pelas palavras, como mulher de ação nunca hesitou, por exemplo, em arriscar a própria vida para salvar quem estivesse em dificuldades, fosse quem fosse:

«Um dia em Cascais ia a passear quando viu que um barco tinha-se afundado, o marinheiro era velho e estava atrapalhado, estava a gritar e a morrer e ela, que estava vestida, deita-se à água, nada - ela era uma grande nadadora, e vai ao barco e trás o pescador. Salvou-lhe a vida.»

Aconselho, vivamente, a ver este episódio n.º 53 d’ “A Alma e a Gente”.

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