Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A Educação cá e as outras educações...

Carla Rodrigues, 40 anos, micaelense, natural das Capelas, é professora na Pensilvânia e foi premiada pelo seu trabalho educativo nos Estados Unidos da América (EUA), com o 'Grande Prémio de Excelência Pedagógica', pelo ‘Da Vinci Science Center’.

Carla vive nos EUA desde 2001, tendo feito todo o processo escolar e académico em Portugal. Fez a licenciatura de Design de Comunicação em Lisboa e viveu, ainda, antes de emigrar, um ano na Itália.


Neste contexto, a professora Carla respondeu às perguntas formuladas pelo Atlântico Expresso, de 15 de agosto de 2016 (vide pág. 12) - «Como pode descrever o ensino americano face ao português? Considera que há situações muito discrepantes entre ambos os sistemas?», nos seguintes termos:

- «Não tenho acompanhado o ensino português nos últimos quinze anos. Penso que tenha sofrido alterações e adoptado um sistema mais rigoroso de avaliação de professores, mas não muito mais.
Por isso não posso identificar, com certeza, situações discrepantes entre os sistemas de ensino português e americano. O que vejo, à distância, tem mais a ver com a diferença cultural de ensinar e aprender. Nos Estados Unidos, penso que a educação faz-se no sentido do futuro, enquanto que em Portugal se faz mais no passado. Isto poderá dever-se simplesmente ao facto dos Estados Unidos serem um país mais recente, com menos história do que Portugal, ou a diferentes objectivos a longo prazo de educar os seus respectivos cidadãos. Nos Estados Unidos educa-se para que se criem experiências, enquanto em Portugal ainda talvez se eduque para que se prestem serviços.

Mas esta é só uma avaliação superficial com base no que tenho observado à distância e no trabalho que tenho desenvolvido nos Estados Unidos.»

Posto isto, resta-me expressar o seguinte:

1.º) Talvez tenha sido uma educação “no sentido do passado”, que lhe deu a si (e aos EUA) futuro.

2.º) Além disso, fiquei com uma dúvida enorme. Então não são EUA um dos maiores prestadores de serviços no mundo? “Experiencias”?! Sempre pensei que tínhamos, em Portugal, um ensino demasiado teórico, pouco apropriado à prática, muito menos habilitado a prestar serviços de imediato…

3.º) Fiquei a saber que ter mais história não é um aspeto necessariamente bom para o processo educativo. Experiência que te foste!

4.º) É lamentável o que aqui foi dito, relativamente a todos os professores, jovens, adultos e idosos que lecionaram e fizeram estudos no nosso País e que muitos, muitos mesmo, foram/são brilhantes dentro e FORA de portas. São enumeras as vezes que somos, felizmente, brindados com notícias de cientistas e outros profissionais portugueses que progridem na ciência a nível mundial, nas mais variadas áreas.

5.º) Por fim, e na sequência do que a própria acaba por afirmar – “superficial”, quando não se sabe, não se fala…muito menos se dá entrevistas.


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